Em abril foram apresentados os detalhes do projeto do Píer em forma de “E”, feito pelo arquiteto João Pedro Backheuser, do escritório brasileiro Blac, em parceria com o espanhol Alonso-Riera-Balaguer, para a nova zona portuária do Rio de Janeiro. O evento aconteceu no Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ).
A proposta é uma alternativa ao projeto da Companhia Docas - Píer em “Y” - criticado pelos impactos que seriam causados ao ambiente. O projeto prevê a construção de três atracadouros perpendiculares para seis navios e um terminal de passageiros elevado, que liberaria o espaço do entorno para a criação de um bulevar, da Praça Quinze à Avenida Francisco Bicalho.
Backheuser afirma que o Píer em “Y” não se harmoniza com a orla e seria implantado muito próximo a patrimônios tombados, como o Mosteiro de São Bento e o casario da Praça Mauá. Um barco ou navio atracado encobriria parte da paisagem e, além disso, o terminal de passageiros cortaria o bulevar, criando uma descontinuidade no passeio.
Por outro lado, o Píer em E, localizado entre os armazéns 3 e 6, deixará livre uma faixa de 120 metros entre a linha d’água e os píeres. Nesse espaço o arquiteto pretende criar uma marina, com capacidade para até 250 barcos de cerca de 30 pés, que servirá como um ponto de atração para o local.
O presidente do IAB-RJ, Sérgio Magalhães, disse que esta é uma resposta funcional muito inteligente, e que se deve ponderar as perdas para a paisagem e para a orla causadas pela proposta em “Y”.
Também presente no debate, a presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembléia do Rio, deputada Aspásia Camargo, entrou com uma ação popular contra o Píer em Y, que, segundo ela, afronta o Plano Diretor da cidade.
Via CAU/BR